Je ne suis pas Chalie ( Não sou Charlie )
Depois
de um longo período sem postar algo neste blogue senti, neste momento em que
vemos claramente onde os extremismos nos levam, a necessidade de refletir e me
posicionar diante desta realidade tão angustiante. Faço-o algum tempo depois do
atentado de Paris pois não me queria deixar influenciar pelos ruídos do
momento.
Não
compactuo com mentalidades terroristas mas também não aceito a xenofobia e o
preconceito. Acredito na unidade humana e na sua evolução como uma raça “única”.
Por isto não sou Charlie.
As elites e as mídias/médias ocidentais apregoam tanto os valores da liberdade de expressão e de pensamento, mas para quem? Para todos? Não. Somente para eles.
Por qual motivo o governo francês proíbe o uso do véu islâmico - não me refiro a utilização da burca! - nas suas universidades? Se isto não é censura a liberdade de expressão então o que é?
Em 2006
o editor (The Boss) da revista francesa Charlie Hebdo era Philippe Val. Na
altura ele escreveu um texto chamando os palestinos de não civilizados, o que
gerou críticas por parte da sua colega Mona Chollet. Estas críticas foram resolvidas
de uma forma muito simples e democrática, a demissão dela. Assim funciona o
direito de expressão e de pensamento para eles!
Note que ele não se referiu a um individuo ou grupo terrorista, mas sim a toda uma comunidade a quem devemos dar o direito de manter os seus costumes, tradições e de professar a sua fé!
Note que ele não se referiu a um individuo ou grupo terrorista, mas sim a toda uma comunidade a quem devemos dar o direito de manter os seus costumes, tradições e de professar a sua fé!
Quando
os islamitas acionaram a mesma revista nos tribunais franceses (famosos por sua
xenofobia), por ofensas graves aos seus costumes e valores espirituais, a
revista foi simplesmente ilibada. Isto foi uma porta aberta e um incentivo a
xenofobia e ao preconceito, culminando com estes atentados horrendos.
Sei que
as charges serviram apenas como pretexto para aqueles loucos extravasarem as
suas insatisfações e executarem aquela chacina. Mas a revista e os cartunistas também
o sabiam!
Qual é o verdadeiro objetivo desta suposta liberdade de expressão? O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. Por que e para que?
É simples. A ideia é banalizar tudo. Família, religião, moral… Quanto maior a desagregação social, o caos, e a degradação ética, mais fácil será impor os seus valores e interesses.
Como
esperar de alguém, cuja sensibilidade está baseada apenas no seu ego e nos seus
interesses pessoais e não no outro, numa religião, na moral e na ética, venha
compreender e aceitar que outros tenham algum tipo de fé religiosa? Para eles é
como cortar em carne morta, não há sensibilidade! Não nos esqueçamos que a
sensibilidade dos terroristas/psicopatas vai pela mesma via.
O que
mais me incomoda é a hipocrisia da mídia/média ocidental, mas principalmente a
europeia. Aqui em Portugal, todas as emissoras de televisão apresentaram, nos
seus noticiários, apenas as caricaturas mais brandas do Charlie Hebdo, o que
induziu nos seus telespectadores a ideia de que afinal os cartunistas eram santinhos
e se havia maus nesta tragédia eram apenas os terroristas. Pesquizem na
internet as charges sobre Maomé, desta revista. Qualquer pessoa com o mínimo de
bom senso ficará escandalizada.
Nunca
ouvi ofensas a Cristo por parte de um islamita.
Concordo plenamente que devemos utilizar a caneta e não o fuzil. Mas dependendo da forma como utilizamos a caneta podemos não mata, mas com certeza podemos incentivar outros a faze-lo!