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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Je ne suis pas Chalie ( Não sou Charlie  )


Depois de um longo período sem postar algo neste blogue senti, neste momento em que vemos claramente onde os extremismos nos levam, a necessidade de refletir e me posicionar diante desta realidade tão angustiante. Faço-o algum tempo depois do atentado de Paris pois não me queria deixar influenciar pelos ruídos do momento.

Não compactuo com mentalidades terroristas mas também não aceito a xenofobia e o preconceito. Acredito na unidade humana e na sua evolução como uma raça “única”. Por isto não sou Charlie.

As elites e as mídias/médias
 ocidentais apregoam tanto os valores da liberdade de expressão e de pensamento, mas para quem? Para todos? Não. Somente para eles.

Por qual motivo o governo francês proíbe o uso do véu islâmico - não me refiro a utilização da burca! - nas suas universidades? Se isto não é censura a liberdade de expressão então o que é?

Em 2006 o editor (The Boss) da revista francesa Charlie Hebdo era Philippe Val. Na altura ele escreveu um texto chamando os palestinos de não civilizados, o que gerou críticas por parte da sua colega Mona Chollet. Estas críticas foram resolvidas de uma forma muito simples e democrática, a demissão dela. Assim funciona o direito de expressão e de pensamento para eles!

Note que ele não se referiu a um individuo ou grupo terrorista, mas sim a toda uma comunidade a quem devemos dar o direito de manter os seus costumes, tradições e de professar a sua fé!

Quando os islamitas acionaram a mesma revista nos tribunais franceses (famosos por sua xenofobia), por ofensas graves aos seus costumes e valores espirituais, a revista foi simplesmente ilibada. Isto foi uma porta aberta e um incentivo a xenofobia e ao preconceito, culminando com estes atentados horrendos.

Sei que as charges serviram apenas como pretexto para aqueles loucos extravasarem as suas insatisfações e executarem aquela chacina. Mas a revista e os cartunistas também o sabiam!

Qual é o verdadeiro objetivo desta suposta liberdade de expressão? O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. Por que e para que?

É simples. A ideia é banalizar tudo. Família, religião, moral… Quanto maior a desagregação social, o caos, e a degradação ética, mais fácil será impor os seus valores e interesses.

Como esperar de alguém, cuja sensibilidade está baseada apenas no seu ego e nos seus interesses pessoais e não no outro, numa religião, na moral e na ética, venha compreender e aceitar que outros tenham algum tipo de fé religiosa? Para eles é como cortar em carne morta, não há sensibilidade! Não nos esqueçamos que a sensibilidade dos terroristas/psicopatas vai pela mesma via.

O que mais me incomoda é a hipocrisia da mídia/média ocidental, mas principalmente a europeia. Aqui em Portugal, todas as emissoras de televisão apresentaram, nos seus noticiários, apenas as caricaturas mais brandas do Charlie Hebdo, o que induziu nos seus telespectadores a ideia de que afinal os cartunistas eram santinhos e se havia maus nesta tragédia eram apenas os terroristas. Pesquizem na internet as charges sobre Maomé, desta revista. Qualquer pessoa com o mínimo de bom senso ficará escandalizada.

Nunca ouvi ofensas a Cristo por parte de um islamita.

Concordo plenamente que devemos utilizar a caneta e não o fuzil. Mas dependendo da forma como utilizamos a caneta podemos não mata, mas com certeza podemos incentivar outros a faze-lo!


Por isto eu não sou Charlie e nem terrorista.Por isto não sou Charlie e nem terrorista.Por isto não sou Charlie e nem terrorista.

sábado, 26 de março de 2011

“Ideologia”

Ultimamente tenho utilizado alguns vídeos postados na internet para ilustrar as minhas reflexões, pois acredito que não haja nada melhor que a música para nos auxiliar nestes momentos.

Desta vez utilizarei um vídeo de uma canção do Cazuza e do Frejat (Banda Barão Vermelho), “postada” no “YOUTUBE” para exemplificar o sentido deste texto. A canção chama-se “Ideologia”.


Respeito os seres humanos Cazuza e Frejat e até admito que não deixei de gostar desta banda, mas não concordo minimamente com o sentido desta canção. Quem tem heróis como os desta canção só poderá ficar a assistir a tudo em cima do muro, e isto, se não cair dele.

Como milhares de brasileiro da minha geração, eu também deixei-me embalar por diversas canções como esta, mas foi necessário crescer o suficiente para descobrir que um verdadeiro herói não morre por OVERDOSE e IDEOLOGIAS é o que não falta. O que falta é coragem de nadar contra a corrente…

Por opção própria e por orientação familiar jamais utilizei droga alguma, o que não quer dizer que sou contra aqueles que optam por este caminho, pois respeito a liberdade e as opções de cada um, apenas não concordo com opções que nos arrastam para o abismo, e as drogas é, com certeza, uma delas.

Há alguns anos atrás eu definiria este pensamento como reflexos da idade, mas hoje verifico que na realidade é uma questão de amadurecimento pessoal. Só nos apercebemos da realidade das coisas após um longo caminho percorrido. Hoje constato, com uma certa angustia, que a minha geração (apesar dos alertas dados por pessoas bem intencionadas), não foi capaz de enxergar a realidade dos fatos/factos a nossa volta. Éramos crianças sonhadoras, constantemente bombardeadas e iludidas por promessas vãs e por canções com refrãos nem sempre bem estruturados mas apenas melodiosos.

Alguns dos meus atuais heróis são:

Mohandas Karamchand Gandhi - Mahatma Gandhi

De origem indiana, idealizou e fundou o moderno Estado indiano e foi o maior defensor do princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto como um meio de revolução. Inspirou várias gerações de ativistas pacifistas como por exemplo: Martin Luther King e Nelson Mandela.

Martin Luther King

Ativista politico de origem Afro-Americana, foi pastor protestante e lutou pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e no mundo, utilizando a mesma ideologia de Gandhi (A não-violência e o amor ao próximo). Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1964 sendo a pessoa mais jovem a receber este premio. Sua frase mais famosa foi: "Eu Tenho Um Sonho".

Agnes Gonxha Bojaxhiu - Madre Teresa de Calcutá

Foi missionária católica albanesa, nascida na República da Macedônia e naturalizada indiana, beatificada pela Igreja Católica em 2003. Fundou a congregação "Missionárias da Caridade", tornando-se conhecida ainda em vida pelo cognome de "Santa das sarjetas". Aos 12 anos ouviu um jesuíta que era missionário na Índia dizer: “Cada qual em sua vida deve seguir seu próprio caminho”. Tais palavras a impressionaram e se determinou a dar um sentido à sua vida, fez-se missionária e entregou-se ao serviço dos mais carentes.

Joaquim José da Silva Xavier - Tiradentes

Independentista de origem brasileira. Foi dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial, mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Tiradentes é reconhecido no Brasil como mártir da Inconfidência Mineira e patrono cívico do Brasil.

Jesus Cristo

Acredito ser desnecessário descrever sua história, mas como cristão não poderia deixar de citar o seu nome como expoente máximo da história humana. Não o vejo como um herói mas como um libertador em todos os sentidos.

Não existe apenas um fato a unir os personagens acima, mas vários. Mas o mais evidente e intrigante é que nenhum deles morreu por OVERDOSE, mas sim ASSASSINADOS! Com exceção de Madre Teresa. Por que? Porque estas pessoas não lutavam por interesses próprios ou escusos. Não discutiam IDEOLOGIAS vãs. Estas pessoas foram assassinadas por lutarem contra a opressão, contra a exploração, a discriminação social e racial… enfim, por causas justas e pelos interesses dos seus povos.

Se estás a procura de uma IDEOLOGIA para viver, leia um pouco sobre estes exemplos e com certeza encontrarás.

Seria muitíssimo interessante e gratificante ver as novas gerações serem capazes de identificar e cultivar os verdadeiros valores do ser humano e não se deixarem mais levar por imagens enganadoras e refrãos vazios como o desta canção.

Concluirei este “post” citando um provérbio chinês que diz o seguinte:  

“Inteligente é aquele que aprende com os próprios erros, mas sábio é o que aprende com os erros dos outros”.

Desejo a todos uma boa reflexão.

Albino Moura